terça-feira, 10 de março de 2009

EXPOMAPI NO SITE DA UEMA

Cesti realiza exposição de autores do Maranhão e do Piaui
A Universidade Estadual do Maranhão (Uema) por meio do Centro de Estudos Superiores de Timon (Cesti), estará realizando na próxima quinta-feira, 4, a I Exposição de Poemas de Autores Maranhenses e Piauiense (Expomapi). O evento que está sendo esperado com muita expectativa pela comunidade acadêmica, acontecerá no salão de exposição do Cesti, com abertura prevista para as 17h00, e contará com a presença da diretora do Centro, Deusimar Serra Araújo.
De acordo com o professor Márcio Túlio, chefe do departamento do curso de Administração daquele Centro, a exposição faz parte do calendário acadêmico do Cesti, em comemoração ao dia do poeta, e será realizado dentro da Semana Universitária da Uema. “Este evento é o primeiro do gênero na instituição que já nasce com o propósito de unir os dois estados em torno da literatura”, afirma Márcio. Já na opinião do organizador da Expomapi, poeta César William, que também é acadêmico do curso de Letras do Cesti, o encontro de autores maranhenses e piauienses terá um caráter itinerante, “pois, a partir desta edição percorremos várias cidades do Maranhão, no intuito de divulgar os autores dos dois estados, que são separados apenas pelo Rio Parnaíba", explica.
Lugar: São Luís-MarnhãoFonte: ASCOMData da Notícia: 02/10/2007

CÉSAR WILLIAM CITADO NO BLOG DO RONALDO

Lorena de Cassi Fernandes disse...
O Poemará é um evento que aproxima o público da poesia e também serve de intercâmbio entre os poetas. O festival é um dos poucos que ainda privilegia o talento poético em nosso Estado, somando-se, é claro, ao Concurso Cidade de São Luís. Em uma cidade que respira poesia e tem uma efervescência poética, ainda é pouco. Mais uma vez. Esse festival, ao longo dos anos, serviu para descobrir vários poetas como é o caso de Paulo Melo Souza, Roberto Kenard, Fernando Abreu, Antonio Aílton, Paulinho Dimaré, Rafael Oliveira, Ribamar Feitosa, Rosemary Rêgo, Mauro Ciro, Eduardo Júlio, Maria Aparecida Marconcine, Josoaldo Rêgo, César Borralho, João Almiro Lopes Neto, Francisco Tribuzi, Bioque Mesito, Dyl Pires, Cibele Bittencourt, César William, Junerlei Moraes, Geane Fiddan, Lúcia Santos, Ronnald Kelps, dentre outros.
BLOG DO RICARDO SANTOS - RONALDO KEPS
30 de Setembro de 2008 17:04

PARTICIPAÇÃO DO POETA CÉSAR WILLIAM NO GRUPO CURARE

O Grupo Curare organizou-se com o intuito de conduzir alguma publicação periódica – a exemplo da revista Uns e outros e das publicações da Akademia dos Párias –, com a qual fosse lançada a pedra fundamental de nossa atividade literária. Após muitas discussões nas ruas e becos da Praia Grande, o grupo percebeu que tinha mais gosto em estar simplesmente reunido para boas conversas sobre literatura, cinema e assuntos de algum modo conectados à arte, do que propriamente elaborar projetos que não saíssem do papel, dada a diferença de temperamentos e opiniões entre todos, além da evidente falta de dinheiro. Notou-se, afinal, que os encontros eram apenas um pretexto para impulsionar o ato de escrever. Com o tempo, mudou-se o planejamento, os encontros aconteceram com maior regularidade, aumentando cada vez o número e a lista de prováveis participantes da futura revista. Contudo, a idéia inicial de montar o grupo tinha autores: Dyl Pires e Ricardo Leão, após um encontro ocorrido em 1995 na Biblioteca Pública Benedito Leite, no anexo aos fundos, onde se elaborou uma lista inicial de amigos e conhecidos comuns, constante de uns 25 nomes, entre os quais vários que já vinham-se destacando em concursos locais e nacionais. O nome da revista – Curare – foi igualmente sugestão do Dyl, que nos apresentou a todos, porém quem sugeriu a publicação de um periódico foi o poeta e ficcionista Marco Pólo Haickel. O encontro havia, pois, acontecido. Como o projeto da revista naufragou após um tempo, faltou um evento que registrasse e existência do grupo, o que se passou a perseguir nos meses posteriores, entre reuniões e bate-papos, a maioria na Praia Grande, arredores e Conjunto Cohab.A primeira grande oportunidade, todavia, surgiu quando a Secretaria do Estado de Cultura decidiu publicar, em 1996, uma antologia de jovens poetas, posteriormente chamada Safra 90. Esta iniciativa conseguiu congregar um bom número dos que faziam parte da configuração original do grupo. Entretanto, não foi inteiramente um sucesso, pois a antologia surgiu com a proposta de divulgar a jovem poesia de todo o Estado; embora aquele grupo de poetas fosse a maioria, a antologia não estava atrelada à existência de um grupo, pois havia outros antologiados que não comungavam de idéias comuns e mesmo pertenciam a faixas geracionais diferentes, como o caso de Ribamar Filho, o “Riba” do sebo Poeme-se, ex-integrante da Akademia dos Párias. Mas lá estavam os integrantes das primeiras reuniões do grupo Curare: Antônio Aílton Santos Silva, Dyl Pires (Eldimir Silva Júnior), Bioque Mesito (Fábio Henrique Gomes Brito), Hagamenon de Jesus Carvalho Sousa, Jorgeane Ribeiro Braga, Nilson Campos (Natanilson Pereira Campos), este cronista (Ricardo André Ferreira Martins), entre outros. Esta primeira publicação – que silenciou àquele tempo a idéia da revista – permitiu certa notoriedade que justificava o prosseguimento de outras ações. Todavia, era necessário ainda um evento que identificasse a existência de um grupo, em torno do qual orbitavam simpatizantes e participantes sazonais, entre os quais se destacava Couto Corrêa Filho, poeta e crítico de arte, que se solidarizou com as idéias e poesia do Curate. Muitas das reuniões do Curare aconteceram na residência do Couto, que a partir dali trouxe contribuições definitivas para a cristalização de alguns projetos. Surge então a idéia de uma exposição e recital, a qual foi colocada em prática em inícios de 98, intitulada Sygnos.doc, no Palacete Gentil Braga, promovida pelo Curare com o auxílio do Departamento de Assuntos Culturais da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis, principalmente na figura de seu diretor, Euclides Moreira Neto. Esta exposição absorveu muitos esforços, consumindo muito tempo, nervosismo e paciência. O evento, entretanto, finalmente aconteceu, garantindo um marco existencial e histórico para o Grupo Curare, ao qual se somaram novos nomes, como os poetas César William, Couto Corrêa Filho, Eduardo Júlio, Dylson Júnior, Gilberto Goiabeira, Judith Coelho e Rosemary Rego. Noticiado, publicado, o fato está lá, de modo que não há como não afirmar a existência de um grupo de amigos e poetas, que dali em diante ganhava cada vez mais espaço entre os outros grupos que se movimentavam no cenário literário local. O pacto de amizade, no entanto, havia assumido dimensão um pouco mais séria, o que motivou a ação seguinte. Para que o grupo pudesse se firmar, passou-se a participar mais regularmente de concursos. O resultado veio em forma de premiações e publicações, com as quais a maioria saía do completo anonimato. Quem primeiramente publicou em livro foi a poeta Jorgeana Braga, com o seu Janelas que escondem espíritos (1996), pelas Edições Não-Ser, em Teresina. O primeiro livro premiado, entretanto, foi Círculo das pálbebras (1999), de Dyl Pires, no XXIV Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís”, Prêmio “Sousândrade”, como primeiro lugar em poesia, em 98. No ano posterior, quem ganhará o mesmo prêmio é Antônio Aílton, com o seu As habitações do Minotauro (2000) e, posteriormente, com um ensaio Humanologia do eterno empenho, sobre Nauro Machado, na respectiva categoria. Neste mesmo ano, Ricardo Leão é premiado com a publicação de Simetria do parto (2000), no III Festival Universitário de Literatura, promovido por The Document Company Xerox, Revista Livro Aberto e Editorial Cone Sul, seguido por Bioque Mesito com o seu A inconstante órbita dos extremos (2001), no mesmo festival, em sua quarta edição. Ainda em 2001, será a vez de Hagamenon de Jesus publicar o seu The problem, em edição do autor. Não se pode esquecer outro fato, que é a acumulação seguida de prêmios locais e nacionais em outras categorias que não a publicação em livro individual. Somente no Festival Maranhense de Poesia – antigo Festival Maranhense de Poesia Falada – é possível contabilizar a participação dos membros do Grupo Curare desde 92 como finalistas (Hagamenon de Jesus, em 92; Antonio Aílton, em 93; Dyl Pires, Dylson Júnior, Ricardo Leão e Antônio Aílton, em 97; Dyl Pires, Bioque Mesito, Antonio Aílton, em 98; Antonio Aílton, Bioque Mesito, Dylson Júnior, César William, em 99), tendo obtido este cronista Menção Honrosa em 97, com o poema A filha da puta e Antônio Aílton o segundo lugar com Poema-fato ou fenômeno; Dyl Pires obterá o primeiro lugar no ano seguinte com o poema em prosa O poeta e sua fala, sendo que nos anos seguintes Bioque, Dyl e Hagamenon participarão das comissões julgadoras do respectivo festival. A presença literária e o prestígio dos componentes do Grupo Curare começam, por conseguinte, a se firmar na constelação de tantos poetas da ilha ludovicense.Com isto, não se está querendo fazer um mero ranking de publicações e distinções literárias, a título de provar qual o grupo que publicou mais ao longo de uma década que passou, mas apenas frisar a importância e os méritos de uma geração de escritores e poetas que se encontra entre as mais ativas de cenário literário atual, sem desmerecer a importância de outros. É justamente neste ponto que cabe aqui um importante adendo – a relevância de um outro grupo de poetas e escritores, surgido no mesmo período, com o qual o Grupo Curare tem uma dívida de gratidão e afeto, além de afinidades indeléveis: o Grupo Carranca, capitaneado pelos incansáveis poetas e escritores Mauro Ciro Falcão e Samarone Marinho, os quais se tornaram grandes comparsas das atividades do Curare e vice-versa. A partir de 2000 as existências dos dois grupos se encontram praticamente paralelas e, em certa medida, confundidas, ressalvadas as individualidades que motivaram o projeto de cada um. Pertencentes a uma faixa geracional um pouco diferente – embora quase coeva –, os membros do Grupo Carranca aceitaram dividir seus espaços e iniciativas, durante algum tempo, com o Grupo Curare. Já são célebres as reuniões dominicais na casa de seu “Gojoba”, na qual os membros do Curare foram recebidos como membros da família. Durante vários anos, as reuniões e encontros do Grupo Curare e Grupo Carranca aconteceram na casa do jornalista, sempre com bastante aconchego e diversão. A participação de vários membros do antigo Curare consta das antologias de poemas e contos organizadas pelo grupo Carranca, que agitaram o cenário literário de São Luís entre 1999 e 2002. De lá para cá, os membros de ambos os grupos, agora identificados pelos laços comuns, com seus projetos e propostas definidos, trabalham para construir a identidade da nova literatura maranhense.Outros poetas poderiam ser computados como pertencentes a esta mesmo bloco geracional, vindos de outros grupos e atuando no mesmo período. Contudo, a jovem produção literária vem orbitando, nos últimos dez anos, em torno destes nomes que ocupam, com certeza, a berlinda dos acontecimentos mais exponenciais, como prêmios e publicações. Não se trata ainda de escritores e poetas consagrados, porém a insistência em publicar e movimentar a cena cultural e literária maranhense os coloca entre os mais produtivos que já surgiram nos últimos 20 anos, com grandes possibilidades de se tornarem os sucessores da velha guarda na corrida pela continuação da tradição. Um sintoma disso é a atuação importante de novos grupos organizados, como o caso do Poeisis, integrado pelos membros do antigo Curare como Antônio Aílton, Bioque Mesito, e pelos poetas co-geracionais Danyllo Araújo, Geane Fiddan e Natinho Costa. Outros nomes que aguardam publicação, possuindo obras inéditas de grande relevo estético, são a poeta Jorgeana Braga (A casa do sentido vermelho, Sangrimê, Cerca Viva), Nilson Campos (o romance A Noite, além de contos e poemas), e a sensível poeta Rosemary Rego, com uma obra lírica surpreendente. Uma geração, afinal, não se faz somente de poetas publicados e, às vezes, alguns de seus melhores talentos estão entre aqueles inéditos em vida, como é o caso de vários exemplos, como o de Konstantinos Kaváfis, Emily Dickinson e Cesário Verde. Há outras histórias a ser contadas, mas esta aí foi testemunhada e acompanhada de perto. O grupo de jovens talentos, que acaba de ser laureado no Prêmio “Gonçalves Dias” de Literatura e no Concurso Literário e Artístico “Cidade de São Luís” já possui, há algum tempo, um rol de realizações isoladas que, se não têm o selo da atividade em grupo, estão ligadas indelevelmente à biografia de uma confraria de amigos, ainda jovens e no começo de suas carreiras literárias, mas lutando para que elas se firmem e possam, quem sabe, tornar-se perenes através da história. *Ricardo Leão é poeta e ensaísta
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César William no Usina de Letras

WILLIAM, César (César William David Costa) – n. 22-05-1967 – São Luís (MA). Participou de inúmeras performances poéticas e de grupos literários. Desde cedo iniciou suas atividades literárias. Na vida estudantil foi vencedor de inúmeros festivais, dentre eles, o I Festival Intercolegial de Poesia Falada (11/1984). Depois obteve outras premiações e menções honrosas, por meio do Festival de Poesia Falada, promovido pelo DAC/UFMA, evento que ele e outros poetas ludovicenses mudaram o nome para Festival Maranhense de Poesia, do qual se tornou membro da comissão de organização e parte do júri literário. Em 1988 publicou seu primeiro livro de poemas, “O Errante”. Obra que fora relançada no ano seguinte, na Fundação Assis Brasil, em Parnaíba, sob os auspícios da Academia Parnaibana de Letras –APAL, com apresentação do seu então presidente,o escritor Lauro Andrade Correia. Mais tarde, o escritor Assis Brasil o insere entre 66 poetas maranhenses do século XX, ocasião em que alguns poemas do livro “O Errante” foram inclusos na antologia “A Poesia Maranhense no Século XX”. Participou da coletânea “Poemático MMVIII”, organizada pela Halley, Teresina, PI. O poeta tem participação em mais de 20 antologias poéticas, algumas da sua terra e outras de caráter nacional. Na década de 1990 passou a ser colaborador com crônicas e matérias (sempre de teor cultural) em vários jornais de São Luís: “O Imparcial” (neste fora revisor), “O Estado do Maranhão”, “Jornal Pequeno”, “O Debate” etc. Tem participação em inúmeros suplementos literários e revistas, “Vaga-lume”, “Sacada Cultural”, “Guesa Errante” etc. Cedo também começou a ministrar aulas de Língua Portuguesa, Literatura e Redação, como autodidata. Passou por várias escolas particulares de ensino médio e por inúmeros cursinhos pré-vestibulares em São Luís, chegando inclusive a ser proprietário de dois deles, o Curso Explanação e o Oficina de Redação (este último em Santa Inês-MA). Mas, depois de ter sido aprovado em vários vestibulares e sem às vezes sequer chegar a se matricular, resolveu em 2005 cursar Letras.Fizera novamente vestibular da Uema e conseguira a 4ª colocação. Hoje está no 7º período de Letras do Centro de Estudos Superiores de Timon e paralelamente ao curso, continua ministrando aulas, realizando festivais, debates, encontros de poetas, exposição de poemas. No CESTI/UEMA idealizou e fundou um jornalzinho para divulgar os eventos da instituição e idéias dos universitários e da comunidade, o “Folha Desgarrada” (já na 4ª edição). É dele também a idealização da EXPOMAPI – Exposição de Poemas de Autores Maranhenses e Piauienses, cujo objetivo é difundir obras dos autores desses dois estados, unindo-os por meio das letras. Além do mais, é editor cultural do jornal Tribuna do Maranhão. Há quase dois anos vem divulgado a cultura timonense, maranhense e piauiense em sua página que ele batizou com o nome de uma coluna que mantém na mesma, “Caleidoscópio Cultural”. Além de publicar crônicas e matérias no Tribuna do Maranhão, vem esporadicamente publicando textos também no jornal O Dia e em alguns portais literários. Possui três livros de poemas inéditos, um de contos e outro de crônicas. César William, apesar do vasto espaço de tempo sem publicar nenhuma obra, não se considera um poeta bissexto, já que vem militando diuturnamente em prol dos seus ideais e está sempre defendendo que jamais abandonará as letras, sobretudo a poesia.
Postado por Adrião Neto

DEPOIMENTO DO ESCRITOR NÉRIS

Mesmo com pouco tempo de publicação, algumas pessoas já gastaram um pouco de seu tempo para escrever sobre minha modesta obra. É o caso de César William, que escreveu um longo artigo sobre OS EPIGRAMAS DE ARTUR; de Márcia Márcia Manir Miguel Feitosa e Maria da Conceição de Araújo Ramos, que me brindaram com ótimos textos sobre o livro acima citado; do professor Ramiro Azevedo, que escreveu sobre O DISCURSO E AS IDÉIAS; de Marco Polo Haickel e Elmar Carvalho, que se debruçaram sobre o NEGRA ROSA; de Dino Cavalcante, autor do brilhante prefácio de A MULHER DE POTIFAR, e, principalmente, de Silvia Amélia Franklin da Costa de Morais, que também se encantou com uma de minhas obras e produziu sua monografia intitulada A MULHER DE POTIFAR: UMA LEITURA DIALÓGICA, trabalho defendido da Faculdade Atenas Maranhense - FAMA, para conclusão de seu curso de Letras. Aos poucos, irei trascrevendo alguns desses textos mais curtos, alguns de difícil acesso hoje em dia. (Prof. Neris - Escritor maranhense)

15º FESTIVAL MARANHENSE DE POESIA



Foi realizada, nesta última sexta-feira, pelo Departamento de Assuntos Culturais da UFMA, uma promoção da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis, Amazônia Celular e Companhia Vale do Rio Doce, a 1º Eliminatória do 15º Festival Maranhense de Poesia, tendo como classificados para a final, 4 poemas por mérito literário e 1 por interpretação, respectivamente, são eles: 1) SURF SUPERFICIAL, de Cosme Junior; 2) A MORADA, de Marcos Ramon; 3) POEMA SUICIDA, de Cibele de Carvalho Bittencourt; 4) MARIA DOS GARCES, de Matheus Gato de Jesus, e, 5) LABIRINTOS, de Emerson Tiago de Araújo. Nessa primeira eliminatória, 9 autores faltaram, houve 10 interpretações e 6 poemas foram lidos para não serem desclassificados. A comissão julgadora do festival é composta por um júri de performance cênica: Lio Ribeiro, Lúcia Gato e Sergio Goiabeira; e um júri para mérito literário: Dyl Pires, Paulo Melo Souza, César William e Bioque Mesito. O Festival, apesar de seus pontos obscuros, ainda é uma festa que todos os poetas iniciantes têm direito a participar, pois ser classificado depende muito de sua experiência, tanto quanto sua sorte para com os júris. Este ano, foi estipulado uma taxa de inscrição de R$5,00 (cinco reais), taxa esta destinada a brincadeiras que descontrairiam o público enquanto o júri se reunia para eleger os classificados da noite, mas não vimos bem isso, apenas tivemos como atração à participação de pessoas do público e das meninas do grupo Água Azul que recitaram poemas, como nos velhos tempos do Ex-Festival de Poesia Falada, bem, é claro que, sem cobrarem o cachê que fariam jus. Sendo assim, onde essa verba foi aplicada, que é um valor que somente serviria para cachê? Para completar o desencontro com a deusa poesia, lamentamos informar que o regulamento do 15º Festival Maranhense de Poesia continua dúbio e “contra o verso”, mesmo, apesar das transformações sugeridas pelo Conselho Cultural para esta versão; esqueceram-se de um parágrafo importantíssimo, o qual, apesar de ser apenas uma questão ética, diz: “é vetada a participação de funcionários da casa, e de familiares dos júris”. Sem querer desmerecer a poesia do novo e talentoso poeta e ator, Matheus Gato, que foi classificado para a final do mesmo festival, tendo sua mãe no corpo de júri de interpretação, este teve a decência de pelo menos não defendê-la pessoalmente no palco, mas se for assim, então tá! Um ponto positivo da eliminatória, diz respeito a presença do público, mas, lembro-lhes senhores que, se as coisas mudam!!! *** ENTREVISTA Fizemos uma entrevista com duas pessoas de experiência no que diz respeito à literatura e à performance, que se fizeram presentes nessa 1ª eliminatória: Ribamar Feitosa (poeta e educador, organizador do grupo Águia Azul) e CÁSSIA PIRES (atriz, professora de artes cênicas, poeta e organizadora do Festival de Poesia Falada do Geoalpha). TRIBUNA: O que você achou do estilo literário apresentado pelos concorrentes desta tarde? RIBAMAR FEITOSA: Razoáve! Porque os poemas foram muitos laudatórios, e aliás eu não os classifico como poemas, pois, se não todos, soaram mais para prosa poética, e naturalmente, por conta de alguns poetas que não vieram, talvez, lá estariam poemas autênticos, até melhores. TN: O festival de Poesia vem sendo encarado como um primeiro exercício para poetas iniciantes, agora nesta versão, com a mudança no regulamento, foi permitida a participação de todos os poetas, sem impor critérios de inscrição. De que forma isto vem influenciar os novos poetas? RF: É um grande estímulo, pois o iniciante deve se preparar melhor para se defrontar com os veteranos, infelizmente isto não ocorreu esta noite, mas quem sabe nas próximas eliminatórias. Acredito que os novos poderão se aperfeiçoar, até mesmo superar a qualidade de um veterano. TN: O que você recomenda aos poetas que não foram classificados esta tarde? RF: Essa história de concurso é muito relativa, o júri é momentâneo, os melhores às vezes não são escolhidos, o grande feito é participar, continuar produzindo poemas, mostrar ao público o seu trabalho, acreditar em si, enfim, escrever. *** TRIBUNA: Você achou que as performances poéticas estavam na média de uma boa apresentação? CÁSSIA PIRES: Não! O problema talvez foi por conta dos autores ou da falta de intérpretes para as defesas, sendo assim, tudo fica um pouco a desejar, mas tivemos pessoas interessantes. Talvez faltou auxílio para que as performances fossem melhores. TN: Para você, em que aspecto esse festival influência os novos atores maranhenses? CP: Ele abre um espaço, especialmente, para atores que não tem um campo para exercitar atividades performáticas. Sem dúvida é uma influência bastante positiva, um espaço a mais. TN: O que você recomendaria, com sua experiência como atriz, para que os intérpretes melhorassem, até mesmo para a final, suas performances? CP: Que recorram a pessoas que tenham mais experiência na área, para dirigir essas apresentações, para que apresentem um trabalho melhor. *** O festival merece toda a cobertura de nossa redação, pois sabemos que a importância dele para a cultura maranhense é de muito valor, apesar de seus devaneios, nada que possa ser resolvido com um pouco de democracia e ética. Agora basta saber se esses valores fazem parte do cotidiano da organização!

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FESTIVAL MARANHENSE DE POESIA

Edição 145
A efervescente poesia da Cidade de Sousândrade

Data de Publicação: 15 de novembro de 2006
Índice Texto Anterior Próximo Texto 20 edições do Festival Maranhense de Poesia da UFMA Por: Bioque Mesito
O passado e o presente bem próximos: um rápido panorama da poesia maranhense nas últimas décadas. – Há quem diga que a poesia morreu. – Ceticamente falando, não. Não é exagero afirmar que a poesia, como as outras artes, passa por um momento de reformulações e todo processo de mudança é gradual. Vivemos, ainda, os reflexos da década de 60 e para muitos o século 19 ainda é uma grande referência em termos estéticos.Certo. Porém, a contribuição legada por Sousândrade, Gonçalves Dias, Odylo Costa, filho, Maranhão Sobrinho, Nauro Machado, José Chagas e Ferreira Gullar (falando exclusivamente da poesia maranhense), não é de ficar de longe do que já foi produzido no restante do país e em outros lugares do mundo. O que questionamos é o que está relacionado ao momento no qual estamos inseridos: suas transformações dinâmicas, avanços tecnológicos, o surgimento de uma nova concepção nas formas de pensar e agir. O homem deste século é mais ávido, veloz, mais exigente, tem mais sede por informações, pois já acumula mais de vinte séculos de experiências em todos os campos do conhecimento humano.Os poetas de hoje têm uma missão muito diferenciada, principalmente os poetas maranhenses, porque a poesia do nosso Estado é referência entre as outras existentes no país. O erro de alguns poetas é justamente quererem quebrar demais ou então serem anarquistas da palavra, estes acrescentam algumas coisas, mas ainda muito frágeis. Os poetas que quiserem ser referência em um futuro serão aqueles que aproveitarem o conhecimento do passado e modificarem aos poucos sua estética. Como já dissemos, toda mudança acontece aos poucos. A ruptura não é repentina.Ferreira Gullar soube muito bem seguir este caminho de mudança com seus antecessores, tão verdade é essa afirmação que atualmente é o maior poeta em atividade do nosso país. Gullar sempre bebeu nas referências do passado, mas também sempre esteve com os olhos no presente. Nauro Machado e Luís Augusto Cassas são nomes que devem ser levados em consideração e sobre os quais falaremos oportunamente.A antologia Hora de Guarnicê, dos anos 70, corresponde a uma geração muito boa e que projetou nomes como Chagas Val, Valdelino Cécio, Rossini Corrêa, Raimundo Fontenele e Luís Augusto Cassas.Ufa! Chegamos à década de 80. O que falar dessa década se até os críticos, professores acadêmicos, literatos fecham os olhos para ela? Nós, não. A poesia das décadas de 80, 90 e início deste século vem com muita felicidade (apesar de todos os contras) honrado, com bastante autoridade, a tradição dos poetas da Cidade de Sousândrade. Sempre quando se trata da poesia dessa época, recai o conceito de poesia marginal, contra o sistema, panfletária. O que não se observa em um primeiro momento é o que de potencial tem esses poetas. Mesmo a “Akademia dos Parias” e suas performances pelos becos do Centro Histórico de São Luís possuiu sua importância nos ditames de nossa literatura. É bem verdade que desse grupo apenas meia-dúzia escrevia uma poesia de qualidade, séria. Os Parias foi um grupo efêmero e evaporou. Apenas 3 poetas desse grupo sobreviveram – Paulo Melo Souza, Celso Borges e Fernando Abreu. Este último, apesar de 2 livros lançados na praça, não conseguiu empolgar, como no tempo dos Parias, atualmente, faz composições para o cantor Zeca Baleiro. Já Paulo Melo Souza e Celso Borges respiraram outras fontes e levaram a poesia por outras fronteiras. Celso Borges, sempre compromissado com a estética da palavra, em seus poemas parece chegar a gritar com a insatisfação por que passa o momento da poesia produzida no Brasil. Paulo Melo Souza é outro importante poeta dessa época e continua, entre seus poemas, buscando e aprimorando seu estilo, sem se falar que é um combatente exímio contra as politicagens que permeiam nosso Estado. Paulo Melo é um poeta antenado com as modificações do pensamento humano e da literatura.Os poetas do Safra 90 (nome dado a uma antologia lançada pelo governo local, em 1997, formada por 23 poetas que compunham a cena poética do final do século 20 e início do século 21) poucos, desses poetas que integram esta antologia, ainda demonstram que vieram para ficar. Nomes como Antonio Aílton, Rosemary Rêgo, Hagamenon de Jesus, Bioque Mesito, Dyl Pires, Jorgeane Braga, Eduardo Júlio, Paulinho Dimaré, Marco Pólo Haickel, - estes 3 últimos nomes, apesar de não fazerem parte do Safra 90, comunicam do mesmo momento literário, e todos já possuem importantes premiações locais e nacionais, além de possuírem seus livros lançados. O que demonstra, para os que fazem vista grossa ou que desconhecem, que a produção maranhense continua muito boa e a renovação está acontecendo com qualidade.Alguns entraves, mas, no final de tudo, a poesia prevalece – Falando, especificamente, do Festival Maranhense de Poesia - evento promovido pela Universidade Federal, juntamente com o seu Departamento de Assuntos Culturais, em suas últimas edições vem perdendo o fôlego. A boa vontade do Diretor do Departamento de Assuntos Culturais, Euclides Barbosa Moreira Neto, é o que ainda impulsiona esse evento. Euclides vem dando chances aos artistas locais com sua política de difusão. O festival de poesia está repleto de poemas de baixa qualidade. Talvez por falta de uma lista de seleção mais rigorosa e também pelo grande número de concorrentes nas eliminatórias. Com certeza, diminuindo o número de participantes nas eliminatórias, o público ganhará com poesias de melhor qualidade e não o que vem acontecendo – poemas muito fracos, em sua maioria. Compreendemos, Euclides, a política que você realiza. O evento deveria ser realizado em apenas uma semana, com palestras, oficinas e debates sobre a literatura maranhense e brasileira. Assim, o Festival só ganharia e poderia possuir a estirpe do Maracanto e/ou do Guarnicê – Cine/Vídeo, a maior e melhor realização do Departamento de Assuntos Culturais, coordenado por Euclides.Já em 3 oportunidades fui júri deste festival e recebi inúmeras críticas. Eu sempre as rebatia afirmando que a culpa não está na direção do Festival, nem tampouco no corpo de jurados, mas, sim, em quem está produzindo esses textos e colocando-os para serem julgados. O aspecto interpretativo também é outro ponto que deve ser questionado, pois, grande parte dos atores que interpretam os textos dos poetas sabe muito pouco, quando sabe, do que vem a ser poesia e realizam interpretações, muitas vezes, distantes do que a poesia está realmente falando.Mesmo assim podemos perceber muitos pontos positivos no Festival Maranhense de Poesia. O festival é um evento que aproxima o público da poesia e também serve de intercâmbio entre os poetas. Este ano o Teatro Arthur Azevedo ficou completamente lotado, o que demonstra o valor desse evento e da poesia maranhense. O festival é um dos poucos que ainda privilegia o talento poético em nosso Estado, somando-se, é claro, ao Concurso Cidade de São Luís, da Fundação Municipal de Cultura. Em uma cidade que respira poesia e tem uma efervescência poética, ainda é pouco. Temos, por exemplo, uma Academia Maranhense de Letras que passa quase sua totalidade fechada, sem realizar quase nada em prol dos escritores. Academia de Letras que é de suma importância na fomentação da cultura do nosso Estado, mas, que faz muito pouco, além de não socializar a Casa de Antonio Lobo, fechando-a para os intelectuais e o público em geral. A Academia Maranhense de Letras, esperamos, em sua nova administração, que democratize a Casa de Antonio Lobo e abra as portas para projetos práticos, sem o caldo político que era prática comum na gestão anterior.Sim. Voltando ao Festival Maranhense de Poesia, mais uma vez. Esse festival, ao longo dos anos, serviu para descobrir vários poetas como são os casos de Paulo Melo Souza, Roberto Kenard, Fernando Abreu, Antonio Aílton, Paulinho Dimaré, Rafael Oliveira, Ribamar Feitosa, Rosemary Rêgo, Mauro Ciro, Eduardo Júlio, Maria Aparecida Marconcine, Josoaldo Rêgo, César Borralho, João Almiro Lopes Neto, Francisco Tribuzi, Bioque Mesito, Dyl Pires, Cibele Bittencourt, César William, Junerlei Moraes, Geane Fiddan, Lúcia Santos, Ronnald Kelps, dentre outros.
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Edição 145 Uma noite de pompa e circunstância nas dependências históricas do Arthur Azevedo
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Índice da edição - Ano V
Suplemento Cultural e Literário JP Guesa ErranteCopyright 2005 Jornal Pequeno. Todos os direitos reservadosEmail: info@guesaerrante.com.br
Inclusão: 14/11/2006 - Alteração: 08/12/2006Impressão: 10/08/2007 14:58:46
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O Errante César William
R$ 10,00
editora: Edição do Autorano: 1988estante: Poesiameta-estante: Poesiapeso: 450gcadastrado em: quarta-feira, 31/12/2008. 13:36:42descrição: Brochura/ Formato 15, 5 X 22 / 71 Páginas / Edição de 1988
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Edição 176
Antologia da jovem poesia e literatura maranhenses (II)

Data de Publicação: 7 de maio de 2008
Índice Texto Anterior Próximo Texto MAURO CIRO FALCÃOHOJE É DIA DE ESQUECER, JOSÉo mundo não é apenas um byte, cosmo perdidoas crianças são binárias, alma e pensamento— quem quer embarcar para um mundo melhor? Tu, ele, você, quem quer?até Alice voltou para nosso paísBoi Tatá acordou cumadre, o mar pegou fogomesmo que minha alma fosse capturadapor câmeras digitaisnão perderia minhas paixõessou criador de meu ser, sou poesiapercorro mesmo pela wireless de Deussempre me desculpando pelos meus backbones não sou máquina, sou apenas um ser http://www.pronome,substantivo, verboapagão!!!esqueço que sou incapazderrubo as grades de laserpasseio pela LAN com meu cachorro matreirosem firewalls e militaresvou esquecer que sou gentesentar e contar estrelaspara ver meu amor sorrir mais uma vez, te amoem pouco tempo virei-me para dormir...(Grupo Carranca, 2005)ESTEPEdespercebida, a velocidade gira em torno de nósgato, cansado, dorme no jacaréchave-de-roda sentido anti-horáriomeninas flertam bobagenso calibrador da vida foge das mãos(Grupo Carranca, 2005)JOSOALDO LIMA REGONAVE-GANTESo argicidaanunciado na vacância tênue das mãos de anticléiareverberou olhos após o simulacro e o rumor de uma imagemf r a t u r a d acego, no archote seco da língua contra o mar“só bebe com os olhos, só com os olhos come”libações no pó da manhãsol sob os pés, como águia eremitacarregando procela grave e vaticínio;os homens desolados no alarido de uma rocha inaudível(Grupo Carranca, 2005)HAGAMENON DE JESUSÀS VEZES, O QUE SOU POEMA...Às vezesem mimeste poema é só ausênciaé quando sousóno individual discursoazul metálicoou vermelhoou cinza prateadodo meu sistema.às vezes(ah minhas crianças de batons cintilantes, amigas minhas ou do monza!)às vezes,em si,o que sou poema,se extravia em chaves, menina,é só ausência...(The Problem e/ou poemas da transição, Edição do Autor, 2002)PELOS VIDROS DAS JANELAS INTRANQÜILAS,PRECEVai amanhecer. Todas as pessoas (as outras)estão dormindo.Um poeta acorda seus olhos, com elese nossas ansiedadesaguarda a enchente dos ônibus da manhã.(Há momentos de tanta poesia,que não se consegue escrever)“O que se pôde carregar nos ombros da esperança?”Ainda era algas a noite, naquele momentoquando lhe falaramsobre pontes e eternidade,que as pombas são como a esperança,e que não se sentarão sobre as segundas-feiras.Há momentos em que tudo o que se precisaé confessar, quem sabe.Em retalhos os passos do que lhe foi permitido,na realidade de quem conhece as leise nas suas usuais certezas de vôos espaciaise pasmo,anda. E todo o andar é reticente,do que sabe o quanto tudo é certoe, é por isso, impreciso.Os seus olhos são antigos, como um relógio,e o seu relógio, que é comoseus olhos (antigos), não possui mostradores luminosos.A penumbra... e estas incertezas contínuas...“No final, nunca se sabe mesmo que horas são!”O tempo (não se engana)sempre foi uma estranha criatura da McDonald’s,o tempo sempre foiuma estranha e vertiginosa criaturaque canta pneuse devoraa cada momento a nossa eternidade.“É por isso que temoser o que sou”, ser todo como um animaldo dia. Ser como um animal do dia é ser todo o amianto...Do metal, os metais. O Metal.“A porra para estas metáforas alegóricas!”O fatoé que agora o silêncio já se foi...Aperta o pause no vídeo(e não soube bem por que).O homem e sua perplexidade,a perplexidade, e o homempor trás dos vidros das janelasintranqüilasergue-se para si, o homem,e está acordado:homem e deus de tudo que hesita.Mas fiquem tranqüilos,nem todos estão dormindo...(Uma alface nascepara a alegria, pelo menos biológica, do pobre)Há momentos de tanta poesiaque não se consegue escrever.(The Problem e/ou poemas da transição, Edição do Autor, 2002)PERDANão se perdeo Solque se esconde a cada dianão se perde.O vôodo pássaro, desconhecido,de gaivotaandorinha: intenção sem rastros,não se perde,não se perdeuma só que seja das andorinhas.Não se perdeo frutoda goiabao fruto (mesmo se está bichado) da goiaba.Na Natureza,a sua transformação,nadase perde, em verdade,nem os nossos ossos sem história.Perdasó podem ser os nossos sonhos,só podem ser os nossos desejosindefesosmais que o cair da tardemais que o cair da tarde.(The Problem e/ou poemas da transição, Edição do Autor, 2002)GERALDO IENSENNÃO HÁ UMA ORDEMnão há uma ordemsomente um zelo purointerceder de ventos, chuvas e morteandarcomo travis de win wenderscomo a foto de robert frankcomo jack kerouacmorrendo de pneumoniacomo trensabandonados nas estaçõesextenuadas amantes dos que não param(Coletânea Poética dos Festivais Maranhenses de Poesia Falada, DAC, 2000)NILSON CAMPOSF.FWDNo triz do gozomúsculo é crepúsculoonde lasciva salivavacila entre laivosde siderais coisasvéspera de quandoombroéescombro(Revista Anual Sociedade Cultural Grupo Carranca, 2000)JORGEANA BRAGARespira fundoVê a lua vazando?Aspirada pelo sopro do dia,Inalada como ópio,E nossos corpos sobrevoados porAnjos matutinosCheios de incensosO tarot exposto em leque na mesaAo lado, a imperatriz de mãos dadasCom a sacerdotisa loucamente vestida...Teu rosto não é estranho mas nemFalo de séculos atrás. Porque em meioÀ bebedeira percebi-me enevoada peloDesvario e vi bem dentro de ti e do teu sorrisoAlguma coisa santa;Teu sorriso é feito de abelhas.(Revista Anual Sociedade Cultural Grupo Carranca, 2000) CÉSAR WILLIAM HIATO do abismo a boca é farta /lâminas saltam em cápsulas de gritos/ ferindo a própria fala/do abismo a boca é aço/suportando todas as línguas/parindo todas as palavras(Revista Anual Sociedade Cultural Grupo Carranca, 2000)VIDRO DO TEMPO os cacos da vida vão cor/tando a minha cara/e o sangue aceso/ vai beijando os olhos da calçada/da madrugada pálida/ de outros eus que empalidecem/desenhando pássaros da verdade/num vôo arriscado sobre a dor/tangidas asas cor/tando o medo/esmiuçando ânsias em ânsias mais ainda.(Coletânea Poética dos Festivais Maranhenses de Poesia Falada, DAC, 2000)RICARDO LEÃOA FILHA DA PUTA(pela Rua da Palma)a GilbertoEu não quero a puta.Quero a filha da puta.A putinha. De seios fartos,lábios e olhos cor de mel,biquinhos róseos,carne alva e trêmulaa luzir na clara escuridãoda noite, pelinhos púbicos(dourados e tépidos)ao suave contato das mãos& língua. Eu queroa filha da puta.Seu corpo (ainda virgeme intocado de carícias)aguarda-me. Deixará,sublime e bela,que a abrace na hora extrema,tímida e cálida. Penetrareicom graça e estilo(ares de déspotaou de sedutor)em sua rubra morada.Deuses entoarão cânticos,príncipes hão de se tornar reis,mulheres abrirão seus ventres à minha passagem,poetas hão de tornarpalavras ainda mais belas.Ela aguarda-me.De dia, de noite,aguarda-me. Tem na pele lúcidamuitos segredosque a boca não revela.Traz no sexo lindo e macioa agonia dos séculos,a angústia, o desespero,a morte e a eternidade.Hei de depositarmeu sêmen vigorosoem sua vulva suculenta,e torná-la pura,tão pura,como o amorque se prolonga,invectivo e lento,dentro, dentroda tarde longa.Eu não quero a puta.Quero a ninfa, a nádegaresplandecente e montanhosa,quero a curva calidoscópicagirando, girando, girandoem um movimentoque é, ao mesmo tempo,renúncia e desesperação.Quero o meu quinhãode luz e êxtase,apertá-la e descobri-laem cima da cama, plena,sob a pele intata do poema.Eu não quero a puta.Quero a filha, a deusaclara e telúrica,eu quero eu queroa filha da puta.(Simetria do Parto, Editora Cone Sul, 2000)MEDITAÇÃO À BEIRA DE UM PRECIPÍCIOA poesia, Fábio, deve ser um girassol.Um fio que se rompe, calma músicaque forja o silêncio no ventre do [eterno.Um desejo simples, inconsútil.Uma cadela, talvez. Uma mulher que [ama,cujo corpo estremece, alvo, no escuro.Um poema que transpõe,absorto e impossível,o tranqüilo interlúdioentre a palavra e o nada.A poesia, Fábio, talvez seja um pássaroque voa.Um fim de tarde, invisível, sem [crepúsculo.Um delírio, um ludíbrio. Um [holocausto.Talvez o desespero. Talvez a morte.A poesia, Fábio, é um girassol.(Simetria do Parto, Editora Cone Sul, 2000)SONETO DA PROCURANão sou quem sou, nem sois o que sois,nem jamais estive de onde vim,ou ainda onde o sol jamais se pôs,ou ainda, ou aonde, ou coisa assim,restará, do que sou, um pó de arroz,restará, quem sabe, nada, enfim?,de tudo que vem antes, ou depois,de tudo que começa e chega ao fim:o mundo dividir-me-á em dois,e há de ser sempre bom, ou ser ruim,o mundo há de ser, desse modo, pois,qualquer coisa entre o não e o sim,como um rangido de carro de bois,como um vácuo entre o eu e o mim.(Simetria do Parto, Editora Cone Sul, 2000)
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segunda-feira, 9 de março de 2009

EXPOMAPI - EXPOSIÇÃO DE POEMAS DE AUTORES MARANHENSES E PIAUIENSES - IDEALIZADA E ORGANIZADA POR CÉSAR WILLIAM

Notícias
Expomapi em Timon
04/10/2007

Está acontecendo desde hoje, 04, no salão de eventos do Cesti/Uema, em Timon a Exposição de Poemas e Autores Maranhenses e Piauienses – EXPOMAPI onde estão sendo expostos poemas dos mais diversos estilos.
O idealizador e organizador do evento, poeta César William, é estudante de Letras do 5° período, disse que o evento é um antigo projeto que só pôde ser concretizado graças aos apoios que teve. “Somente agora com o apoio de alguns amigos, da UEMA, Academia de Letras, artes e Ecologia do Leste Maranhense é que conseguir concretizar esse sonho”, diz o poeta.
A exposição acontece até o próximo dia 13 onde estão sendo expostas obras dos autores: Mário Faustino, Ferreira Gullar, H.Dobal, Bandeira Tribuzi, Torquato Neto, Salgado Maranhão, Cineas Santos, Bioque Mesito, Paulo Machado, Laura Amélia Damous, William Soares, Dyl Pires, Graça Vihena, Geane Lima Fiddan, Nicolau Waquim Neto, Barripi, Carvalho Neto, Herculado Moraes, Paulo Melo Souza, César William, Halan Silva, dentre outros.
O Poeta César Willliam explica que unir os dois estados, por intermédio da literatura e uma idéia diplomática. “A EXPOMAPI é a primeira desse gênero e será intinerante, em seguida irá para Teresina, Caxias e outras cidades até chegar a São Luis-Ma”, relata dizendo que a cada edição o evento irá ganhando mais estrutura. (Portal da Prefeitura de Timon)

* Por Maura Duarte.